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RENASCER, ALÉM DO PERDÃO

Há momentos na vida em que nos sentimos no limite. As dores do passado, as desilusões e as perdas que parecem insuperáveis podem prender-nos num ciclo de sofrimento, como se carregássemos um peso invisível. O perdão pode ser um passo essencial para aliviar essa carga e seguir em frente. Mais do que libertação, é um convite à renovação: reinventarmo-nos e redescobrirmos novos caminhos.



O renascimento vai além do perdão. Implica ressignificar o vivido, reconstruir a nossa identidade e transformar a dor em crescimento. As feridas deixam marcas, mas também revelam a história que nos moldou, apontando possibilidades para um novo começo. Esse processo exige coragem. Há realidades imutáveis, mas a forma como nos relacionamos com elas pode ser rescrita. Integrar as experiências, sem que se tornem prisões, permite-nos avançar sem negar o passado.


Aceitar a realidade é o primeiro passo. Este gesto representa um reconhecimento sincero do que aconteceu e da forma como nos afetou. Somos os nossos próprios juízes e, por isso, é essencial exercermos a autocompaixão. Cuidarmo-nos com a mesma gentileza e compreensão que ofereceríamos a alguém que amamos fortalece a decisão sobre quem queremos ser. O passado não se altera, mas o futuro continua, sempre, em aberto.


O reencontro com a vida pode surgir em novas experiências, relações ou significados. Pequenos gestos diários permitem comprometer-nos com o sentido da nossa vida. O perdão, por vezes, parece inalcançável. Quando a dor é profunda, a reconciliação surge como um desafio. Contudo, perdoar não significa esquecer nem aceitar o que nos feriu. É um ato de libertação, que impede o ressentimento de ditar o rumo da nossa história. Como Viktor Frankl afirmou: Quando já não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos.


Renascer não apaga o que passou, mas dá um novo sentido à nossa vida. Recomeçar é uma escolha de amor-próprio, um compromisso em vivermos com autenticidade e livres. Ao abraçar essa transformação, tornamo-nos os protagonistas da nossa própria história.


Brígida Ribeiro

Psicóloga Clínica

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