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Família - onde nasce o amor e a responsabilidade

Na história de cada ser humano, há um lugar silencioso e, ao mesmo tempo, decisivo: a família. Antes de qualquer conquista, sucesso ou fracasso, é nesse espaço íntimo que aprendemos, muitas vezes sem palavras, o que significa amar e ser amado. A família não é apenas um conjunto de pessoas ligadas por laços de sangue, é um laboratório de vida, onde se experimentam as primeiras alegrias, os primeiros conflitos e, sobretudo, as primeiras responsabilidades.

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amor que nasce no seio familiar é diferente de qualquer outro. Não depende de condições externas, de conquistas ou de merecimento. Um bebé não precisa provar que vale a pena para ser amado. É amado simplesmente por existir. Esse amor incondicional, quando presente, cria raízes profundas que sustentam a pessoa mesmo nos dias mais difíceis. Quando, mais tarde, o mundo exigir força, é desse solo interior que brotarão a confiança e a capacidade de enfrentar a dor.


Mas amar, na família, não significa apenas sentir, significa cuidardedicar-sepermanecer. Significa também aceitar que o outro é um ser único e irrepetível, com o seu próprio modo de ser. O verdadeiro amor familiar amadurece quando não se impõe ao outro, mas o acompanha com firmeza e liberdade.


responsabilidade nasce nesse mesmo chão. Desde cedo, aprendemos que os nossos gestos têm consequências: um sorriso recebido, uma palavra dura que magoa, uma promessa que deve ser cumprida. A responsabilidade não é um fardo pesado, mas uma forma elevada de amor, porque quando cuidamos de alguém tornamo-nos guardiões do seu bem. Pais responsáveis não protegem os filhos de todos os riscos, ajudam-nos a crescer fortes para enfrentá-los. Filhos responsáveis não se tornam perfeitos, tornam-se capazes de reconhecer que fazem parte de um “nós”.


A família é, assim, uma escola silenciosa de humanidade. Não há aulas formais, mas lições que ficam gravadas no coração: respeito, partilha, perdão, esperança. Quando há falhas, e sempre há, também aí a família pode ensinar algo essencial: que os vínculos verdadeiros não se quebram facilmente, que é possível recomeçar, que a confiança pode ser reconstruída.


Viktor Frankl dizia que “o amor é a mais elevada forma de perceber o valor de outro ser humano”. Na família, aprendemos isso desde cedo. E é essa perceção, de que a vida tem sentido precisamente porque há alguém por quem e para quem vivemos, que faz da família um lugar insubstituível.


Num tempo em que tantos vínculos se tornam frágeis, recordar a dignidade da família é recordar a base da existência humana. Onde nasce o amor e a responsabilidade, nasce também a esperança de um mundo mais humano.


Brígida Ribeiro

Psicóloga Clínica

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