Este mês estivemos debruçados sobre este tema e percebemos que inteligência emocional (IE) tem a ver com entender e avaliar os nossos sentimentos, para agir com mais sabedoria e maturidade. Da mesma forma, a IE, está relacionada com a forma ativa como processamos as nossas emoções, como agimos perante o stress, ansiedade, raiva, tristeza. Quem tem dificuldade na gestão das emoções é escravizado por elas, gera frustração e sofrimento. Desta forma, quando alguma emoção me leva a agir no impulso, é importante que eu tome consciência do efeito dela em mim e não tome atitudes no impulso. Necessitamos, portanto, de trabalhar o nosso autoconhecimento.
Agora a pergunta é: mas eu consigo gerir as minhas emoções?
Claro que sim. A gestão emocional ajuda-nos a melhorar a nossa comunicação, guia-nos para tomadas de decisão mais assertivas e leva-nos a comportamentos mais positivos perante os outros, e nós mesmos. Desta forma, ela é importante no nosso dia a dia, nos nossos relacionamentos, pois temos atitudes mais saudáveis para connosco e os que nos rodeiam.
Então, primeiro, deixo aqui algumas atitudes a ter, para não se deixar levar pelos impulsos:
- respirar fundo, inspirar e expirar profundamente e devagar. Ex. contar até 10, quando surge ansiedade, preocupação, frustração ou raiva.
- tomar consciência do que se passa dentro de mim (pode ter sido um mal entendido), estimular a autoanálise (“o que estou a pensar e a sentir?”).
- não reagir no impulso (pois vou sempre arrepender), posso ver técnicas de autocontrolo (ex. escrever o que estou a sentir, pensar, antes de agir; escrever o que quero dizer a determinada pessoa e guardar para ler mais tarde, quando estiver mais calma).
- tratar os outros como gostava de ser tratada. Também responsabilizar-me por tomadas de decisão erradas, reconhecer o erro, pedir perdão e, se possível, reparar o erro.
E existem várias técnicas de gestão emocional que precisamos conhecer e escolher 2 ou 3, com as quais me identifique, para colocar em prática. Deixo algumas sugestões:
1. Situações a evitar, situações a enfrentar.
Não podemos controlar tudo, mas algumas coisas sim e podemos evitar. Por exemplo, se acordar tarde faz-me ficar stressada, preciso acordar mais cedo; se eu tenho de ler em público e preciso treinar para não ficar ansiosa, então treino.
Mas há situações que não posso, nem devo, fugir (ex. evitar ler em público, ou não fazer um trabalho, por medo), só vai aumentar a ansiedade. Há momentos que preciso enfrentar os meus medos.
2. Mudar o foco.
“A minha colega faz melhor o trabalho que eu” ou “o chefe quando souber do meu erro vai despedir-me!” Estes pensamentos só aumentam a tensão, alimentam o medo e contribuem para a nossa baixa auto-estima e faz-nos perder o controlo da realidade.
Precisamos mudar a forma como olhamos o ambiente imediato e a sua complexidade, mudar o foco para o que posso fazer, o que está ao meu alcance alterar e acreditar nas minhas capacidades.
3. Situar o foco no futuro imediato.
Nalgumas situações, é necessário pensar no futuro imediato (ex. no dia de amanhã, na próxima semana). Por vezes, o presente está habitado pelo medo, stress, frustração e o facto de pensar que o amanhã será diferente, vai acalmar. Definir metas fáceis, positivas. Lembrar sucessos passados e confiar no futuro. Ter fé.
4. Momento no dia para preocupações.
As preocupações atormentam-nos e aumentam os nossos medos, ansiedades e extinguem o nosso optimismo e esperança. Quando elas aparecem, podemos adiar para um momento, previamente estabelecido, para pensar nelas. Um momento onde esteja calma, relaxada, uma hora própria para refletir, escrever e pensar em soluções.
5. “O que de pior pode acontecer?”
Não alimentar maus pensamentos, mas enfrentar a realidade com essa pergunta. “Se eu me engasgar em público, o que de pior pode acontecer?”
6. Oração.
Momento de calma, relaxamento, onde me encontro com Deus, a sós e posso desabafar tudo o que trago em mim. Quem sabe até escrever. Momento de pedir orientação, rezar e silenciar para escutar Deus no coração. Posso cantar uma música diante Dele para me acalmar e desanuviar.
7. Qual o meu “escape”?
Pode ser escrever, pintar, correr, fazer bolos, cozinhar, costurar, pedir um abraço, ler livros, ouvir música, silêncio.
Marta Faustino
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