top of page

Mulher: O desfio da maternidade

A maternidade é fonte de grandes alegrias, mas, igualmente, de profundos sofrimentos. Contudo, não há sofrimento que nos faça arrepender de ter sido mãe. Ser mãe é um privilégio, uma bênção, uma alegria enorme e uma satisfação pessoal. É maravilhoso poder contemplar o crescimento de um bebé, que se torna criança, adolescente, adulto. É uma graça ir desvelando a personalidade daquele ser, a maneira como reage, os seus gostos, as suas ideias, ver o modo como vê o mundo, os questionamentos que vai fazendo, as escolhas que vai tomando. É de uma beleza e alegria apreciar todo este crescimento. E mais, perceber como cada filho tem a sua maneira própria de ser, tem um jeito próprio de se relacionar com o mundo. Mesmo sendo irmãos do mesmo sangue, mas com formas peculiares e únicas de ser e viver.


Ser mãe, é uma grande responsabilidade, pois não é só criar um filho, mas tentar apoiá-lo, ampará-lo, aconselhá-lo e direcioná-lo, mas sem impor a nossa forma de ser e a nossa ideia. É conseguir gerir as situações e educar, mas com liberdade e espaço, para que ele possa seguir o seu próprio caminho, as suas escolhas. É como esculpir uma estátua, mas sem lhe retirar a essência que lá estava antes. Como uma história do artista renascentista Michelangelo que, ao ser questionado pela tamanha beleza do anjo que ele desenhou, responde: “Eu vi um anjo no mármore e esculpi até libertá-lo!” Como que dizendo: “ele já lá estava, eu com muito cuidado e esmero fui esculpindo, aperfeiçoando, limando, até libertar esse anjo”. Esta é a nossa tarefa de mãe: perceber o ser que temos à nossa frente, esta dádiva que nos foi dada para cuidarmos e educarmos, e irmos esculpindo a sua personalidade, sem mexer na sua essência. Mas que trabalho que isto dá! Que desafio este de ser mãe!


Edith Stein (1891-1942), judia e grande filósofa fenomenológica, que desenvolveu o tema da empatia, mas que se converteu ao catolicismo e morreu mártir nas câmaras de gás, tornou-se Santa Teresa Benedita da Cruz. Enquanto filósofa, fez grandes pesquisas, deu formações e fez imensas conferências em simpósios e congressos sobre o ser Mulher, ela diz que a Mulher nasceu para ser esposa e mãe. Num dos muitos artigos ela refere que o papel da mulher no mundo é ser mãe e que a “tarefa mais elevada da mulher, a sua tarefa específica, é a formação do ser humano.” E formar é “dar forma”, portanto vai de encontro ao que acabamos de refletir, não vamos construir algo por nós mesmos, mas vamos dar forma ao que já lá está em essência. Edith Stein diz, ainda, ser mãe significa nutrir e proteger a vida, permitir que ela se desenvolva plenamentee, ainda, “a missão da mulher consiste em ser mãe e guardiã da vida humana- no corpo e na alma”.


Entretanto, Edith Stein dizia que ser mãe, não é, somente em termos biológicos, mas, igualmente, exercer a maternidade espiritual. Por isso ela afirmava que TODAS as mulheres trazem na sua essência essa tarefa de ser mãe (biologicamente ou espiritualmente), porque a Mulher carrega em si o dom de acolher, cuidar, nutrir, educar, a docilidade, a ternura, a empatia, entre tantas outras qualidades propicias à tarefa nobre de ser mãe.


Como é que tu mulher te vês? Que qualidades consegues perceber que portas na tua essência (ainda que tenham de ser mais buriladas)? O que percebes que são feridas que carregas na alma e precisam ser curadas, para esse dom de ser mulher desabrochar plenamente?


Ser mãe é um desafio, mas um desafio belo e com muitos ganhos!


Marta Faustino

Psicóloga Clínica

Posts recentes

Ver tudo
RENASCER, ALÉM DO PERDÃO

Há momentos na vida em que nos sentimos no limite. As dores do passado, as desilusões e as perdas que parecem insuperáveis podem...

 
 
 

Commentaires


Post: Blog2_Post
bottom of page