Ser mulher de corpo e alma inteira
- Marta Faustino
- 19 de mai.
- 2 min de leitura
Maio é um mês cheio de significados: é o mês das flores, da primavera, do Dia da Mãe e da celebração de Maria. Um tempo que convida a refletir sobre o que é, afinal, ser mulher num mundo em mudança e como é essa vivência em todas as suas dimensões: corpo, sensibilidade, razão e espiritualidade.

Hoje, ser mulher é viver sob múltiplas exigências. Espera-se que sejamos tudo ao mesmo tempo: bem-sucedidas no trabalho, mães atentas, presentes na família, amigas disponíveis, belas, fortes, equilibradas. No entanto, por trás deste ideal de “mulher perfeita”, muitas vivem divididas, exaustas, com a sensação de que nunca são suficientes.
Mas ser mulher não é corresponder a papéis impostos. É descobrir quem se é, por dentro. É unir o corpo à alma, integrar forças e fragilidades e viver a partir de dentro com verdade, liberdade e sentido.
Muitas mulheres vivem para agradar, corresponder ou resistir. Poucas vivem inteiras. Só quando paramos para escutar o que realmente nos habita é que começamos a florescer. Não porque a vida se torna mais fácil, mas porque sabemos para quê estamos a viver.
Viver com sentido não é uma fórmula mágica, mas uma escolha diária. Como dizia Viktor Frankl, o ser humano realiza-se quando se autotranscende, quando vai além de si mesmo e se orienta para algo maior: um amor, uma missão, um valor. A mulher que se encontra com esse sentido deixa de se fragmentar para encaixar em moldes e começa a viver com unidade interior.
Talvez isto te diga algo hoje:
· Que parte de ti tens deixado de lado para agradar aos outros?
· O que em ti ainda está à espera de ser escutado?
· O que faz o teu coração vibrar e ainda não estás a viver?
Ser mulher de corpo e alma inteira é recusar a vida feita de metades. É escolher unir presença e profundidade, razão e emoção, força e ternura. É viver como autora da própria história, mesmo com cicatrizes, mesmo em construção. E é também aceitar que ser inteira não é ser perfeita, mas ser verdadeira.
Desafio para ti:
Hoje, escolhe um gesto (por mais pequeno que seja) que te reconcilie contigo mesma. Um silêncio. Um “não” dito com paz. Um “sim” àquilo que te devolve sentido. Um cuidado teu, para ti.
Este gesto pode ser o primeiro passo para voltares a ser casa de ti mesma.
Brigida Ribeiro
Psicóloga Clínica
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